quinta-feira, 5 de julho de 2012

NOVO CAMELÓDROMO NA CENTRAL


Central do Brasil ganha novo camelódromo

Centro comercial com 607 boxes vai abrigar ambulantes que perderam barracas em incêndio há mais de dois anos

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O mercado Popular Leonel Brizola, que fica perto da Central do Brasil: a obra custou R$ 12,3 milhões
Foto: Darlei Marinho / Extra/O Globo
O mercado Popular Leonel Brizola, que fica perto da Central do Brasil: a obra custou R$ 12,3 milhõesDARLEI MARINHO / EXTRA/O GLOBO
RIO - Kelly Alves, de 33 anos, vai deixar de vender roupas para cachorro numa banca na Rua dos Andradas, no Centro. A ambulante se dedicará, novamente, ao comércio de salgados, bolos e café. Kelly é uma das vendedoras cadastradas para trabalhar no Mercado Popular Leonel de Moura Brizola, nos arredores da Central do Brasil. O centro comercial, com 607 boxes de alumínio, foi inaugurado na quarta-feira.
Assim como os demais vendedores do mercado popular, Kelly perdeu sua barraca no incêndio do camelódromo da Central, em abril de 2010. Ela tinha herdado o negócio da mãe. Após a tragédia, sem ter onde trabalhar, Kelly acabou indo tentar a sorte na rua. Agora, voltará para seu antigo ramo.
— Estou satisfeita com o espaço. A forma de trabalhar vai ser mais digna. Quero começar imediatamente. Aqui tem tudo para dar certo — disse ela.
O mercado fica na Rua Bento Ribeiro, perto do Túnel João Ricardo, e funciona em dois prédios de três andares cada. Os blocos 1 e 2 são ligados por uma passarela.
Bloco 1 tem praça de alimentação, jardim e horta
O bloco 1 foi planejado para 457 boxes, com banheiros e almoxarifado. No bloco 2, há mais 150 boxes, banheiros, sala de administração, praça de alimentação, terraço com jardim e uma horta.
O local também conta com quatro salas para cursos e elevador. Ao todo, foram investidos R$ 12,3 milhões nas obras. A área do novo camelódromo fica a cerca de 200 metros do terreno onde funcionava o antigo mercado popular, na Rua Senador Pompeu.
— É uma área digna, com higiene, iluminação, energia elétrica e proteção contra a chuva. Tem toda a infraestrutura de que o comerciante e o consumidor precisam — disse o presidente da RioUrbe, Armando Queiroga.
Nem todos estão completamente satisfeitos. Os ambulantes que ficaram de fora do sorteio promovido pela prefeitura ainda tentam uma vaga no local. Já Valmir das Graças Silva, de 44 anos, sente-se inseguro com a mudança. Ele estava vendendo churrasquinho nos arredores da Rodoviária Novo Rio. Em breve, voltará ao antigo ramo de lanches, mas ainda está temeroso, pois não sabe se o novo ponto vai atrair clientes. Além disso, diz que seu boxe não terá água.
— Só vou saber se vai dar cento quando abrir o boxe. O ruim é que não tem água para trabalhar, e com comida fica difícil — disse ele.


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