quinta-feira, 12 de julho de 2012

RIO+20 TERMINOU FOI UM FRACASSO MILHÕES FORAM GASTOS E OS MENDIGOS ABANDONADOS

Largo de São Francisco, playground de mendigos

Grupos de moradores de rua transformam em moradia região histórica do Centro, mesmo diante da presença da polícia

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Adultos e crianças ocupam as escadarias de um monumento no histórico Largo de São Francisco
Foto: Domingos Peixoto / O Globo
Adultos e crianças ocupam as escadarias de um monumento no histórico Largo de São FranciscoDOMINGOS PEIXOTO / O GLOBO
RIO - Um dos endereços históricos do Rio, o Largo de São Francisco, no Centro, já foi palco de festejos da corte portuguesa e de protestos históricos. Hoje, no entanto, virou abrigo de moradores de rua. Ao longo do dia, um grupo de cerca de 20 pessoas, entre crianças e adultos, montou um acampamento no local.
Além de dormirem nas escadas do monumento em homenagem ao conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva e também na entrada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da URFJ (IFCS), volta e meia os mendigos abordam as pessoas que passam por ali pedindo esmolas. Mais do que isso: chegam a praticar pequenos furtos e até roubos.
Tudo isso acontece mesmo com a presença da polícia. Uma viatura do 5º BPM (Centro) fazia o policiamento da região na tarde de quarta-feira, bem próximo ao local onde os mendigos agiam.
— Tenho uma amiga que já foi assaltada dentro do IFCS. Um mendigo entrou na faculdade e tomou o celular da mão dela. Soube também do caso de um estudante que teve a bicicleta furtada, enquanto assistia à aula — conta Mariana Moura, que estuda no prédio.
Ela não é a única a relatar este tipo de problema. Uma funcionária do prédio, que prefere não se identificar, revelou que a situação é comum.
— Os alvos preferidos deles são mulheres e idosos. Na maioria das vezes, nem abordam, vão puxando os pertences das pessoas. À noite, a quantidade é muito maior e também em dias de provas de concurso público, pois as ruas ficam mais vazias — explica ela, que comenta um caso em particular: — Um aluno já foi rendido e teve que ir até uma agência bancária sacar um valor de mil reais para um deles.
Outros relatos mostram que a situação não é nova. Um comerciante, que também não quis se identificar, diz que foi necessária a colocação de grades numa das calçadas para coibir a ação de marginais.
— Os clientes sentiam medo e muitos nem entravam nas lojas por causa dos moradores de rua. Depois das grades, a situação melhorou um pouco, mas, de vez em quando, ainda há brigas e assaltos — diz.
João Renato Couto, que também é comerciante da região, diz que, geralmente, o ônibus da prefeitura passa recolhendo os mendigos, mas eles acabam voltando.
— Alguns vivem aqui há anos. Outros vêm esporadicamente. E, mesmo quando a prefeitura recolhe, eles voltam. É muita gente — explica.
O GLOBO percorreu também as ruas do entorno do Largo de São Francisco e encontrou um grupo de jovens fumando maconha, sem qualquer tipo de repressão, no Largo Alexandre Herculano, que abriga o prédio do Real Gabinete Português de Leitura.
Sobre o policiamento na região, a assessoria da Polícia Militar informa que a viatura do 5º BPM fica baseada no Largo de São Francisco durante todo o dia, inclusive em horários de maior movimento, monitorando a área. Ao fim da noite, o carro começa a circular nas ruas do entorno. Em nota, a PM informa que o batalhão vai reforçar o policiamento da área.
Já sobre os mendigos, a Secretaria municipal de Assistência Social informou que atua na região do Largo de São Francisco com monitoramento e acolhimento de pessoas. As ações são diárias, de acordo com a demanda. A secretaria argumenta ainda que os adultos não são obrigados a aceitar o acolhimento. De acordo com o órgão, a grande maioria, cerca de 90%, retorna para as ruas.

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