terça-feira, 10 de abril de 2012

ANENCEFALIA,EXISTE VIDA OU NÃO.A MÃE TEM O DIREITO DE TIRAR OU NÃO?
DE DEVE SER A DECISÃO?

Grávida de feto anencéfalo enfrentou longa batalha judicial

Agricultora que só pôde abortar após muita luta verá julgamento do STF

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Severina Maria Leoncia Ferreira, 34, seu marido Rosivaldo Vicente Ferreira, 32 e o filho Valmir de 11 encaram nesta terça-feira a primeira viagem de avião para assistir a sessão do Supremo Tribunal Federal, que decide o destino de mulheres gravidas de feto anencéfalo
Foto: O Globo / Hans von Manteuffel
Severina Maria Leoncia Ferreira, 34, seu marido Rosivaldo Vicente Ferreira, 32 e o filho Valmir de 11 encaram nesta terça-feira a primeira viagem de avião para assistir a sessão do Supremo Tribunal Federal, que decide o destino de mulheres gravidas de feto anencéfaloO GLOBO / HANS VON MANTEUFFEL
CHÃ GRANDE (PE) - Criada no município de Chã Grande - a 85 quilômetros da capital - e sem nunca ter saído de Pernambuco, a agricultora Severina Maria Leôncio Ferreira, de 34 anos, está com medo da primeira viagem de avião. Mas nada que se compare ao sofrimento que enfrentou em 2004, quando, aos três meses de gravidez, descobriu estar grávida de um feto anencéfalo - sem o cérebro ou parte dele.
Severina só retirou o feto no sétimo mês de gestação, após longa batalha judicial. Com a mesma disposição, estará no Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, quando a Corte começa a decidir o destino de mães que passam pela mesma peregrinação. O STF julgará a arguição que defende o direito à antecipação terapêutica do parto em caso de anencefalia do feto. Iniciada em 2004, a ação foi proposta pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Saúde em parceria com a ONG Anis - Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero, que está pagando a viagem de Severina a Brasília.
Naquele mesmo ano, Severina estava internada numa maternidade pública de Recife, para extrair o feto. À noite, recebeu a notícia: a interrupção da gravidez deixara de ser permitida sem sentença de juiz. O casal enfrentou quatro tentativas frustradas na Justiça para obter o aborto legal. Só depois a juíza de Chã Grande Maria do Rosário Pimentel de Souza autorizou o aborto. Por questões religiosas, duas anestesistas se recusaram a participar do procedimento.
Severina conta que, antes de retirar o bebê, foi a uma lojinha e comprou uma roupinha para o filho, sepultado em um caixão branco no cemitério da cidade. Ela ainda teve coragem de ver o bebê:
- A gente vê na ultrassonografia, mas, quando vê de verdade, a dor é maior.
A lavradora é a protagonista do documentário “Uma história Severina”, de Débora Diniz e Eliane Brum, que já participou de 33 festivais e levou 17 prêmios. Hoje, viaja a Brasília com o marido, o trabalhador rural Rosivaldo Vicente Ferreira, de 32, e o filho Valmir, de 11.
- A gente é católico, temente a Deus, mas já tinha falado com o padre e ele tinha entendido. Foram quatro meses sofrendo na mão da Justiça.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/gravida-de-feto-anencefalo-enfrentou-longa-batalha-judicial-4534409#ixzz1rd07TfXU

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