Rio -  Além de não poderem contar com o Hospital da Mãe, em Mesquita — previsto para ser inaugurado há 1 ano e seis meses mas fechado até hoje —, as gestantes da Baixada Fluminense vão perder uma das poucas opções de maternidade pública: o Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse).
Ontem, a direção da unidade anunciou que vai “limitar o acesso de novas pacientes à maternidade” por excesso de demanda. Em outras palavras: vai recusar atendimento às gestantes.
De casa, Cleonice, grávida de 8 meses, vê o prédio azul e branco do Hospital da Mãe | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
De casa, Cleonice, grávida de 8 meses, vê o prédio azul e branco do Hospital da Mãe | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
Como O DIA publicou ontem, o Hospital da Mãe, que atenderia mulheres de toda a Baixada, já teve sua inauguração adiada três vezes. Em agosto de 2010, o governador Sérgio Cabral havia prometido que a nova maternidade começaria a funcionar em outubro daquele ano. No entanto, a unidade não saiu do papel. Mais duas inaugurações foram marcadas, uma em 2011 e outra em março deste ano, mas não se concretizaram.
Gestantes que vivem em Mesquita precisam viajar para outros municípios para ter atendimento há um ano, desde o fechamento do Hospital Municipal São José. Segundo a Prefeitura de Mesquita, o hospital fechou por falta de verba e médicos.
Outra saída é recorrer a planos de saúde, como Cleonilce Constâncio Mota, 35 anos. Grávida de 8 meses, a moradora de Mesquita conseguiu, às pressas, ser vinculada ao plano do marido. “Fiquei muito preocupada quando descobri a gravidez, porque sei que o Hospital da Mãe não vai abrir tão cedo”.  
Superlotação e demissão de médicos
Em ofício enviado ontem a autoridades de Saúde, a direção do Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse) afirmou que o atendimento só será regularizado quando a capacidade da unidade estiver adequada à “demanda explosiva” diária. Além disso, a direção ressaltou que atende pacientes de muitos municípios, o que gera superlotação.
“Houve uma série de desligamentos de médicos pediatras plantonistas da UTI Neonatal, que buscam outros salários oferecidos na região, principalmente por cooperativas de saúde”, explicou em nota a O DIA.
Os hospitais do SUS na Baixada que ainda atendem gestantes são: Hospital da Mulher Heloneida Studart (para casos graves) e Hospital do Morrinho, em São João de Meriti; Melchiades Calazans, em Nilópolis; e Hospital Municipal Maternidade Xerém, Caxias.
Já a Secretaria Estadual de Saúde informou que “as obras para construção da Maternidade de Mesquita (Hospital da Mãe) começaram em junho de 2010 e terminaram em outubro de 2011, dentro do cronograma previsto” e que a gestão da unidade será feita por Organização Social, modelo aprovado pela Alerj em setembro de 2011. A abertura da unidade deve ocorrer até o final de junho.