Tempo melhora e Região Serrana sai do estágio de atenção
Rio-Teresópolis é liberada ao trânsito depois de ser fechada por protesto de moradores de áreas afetas pela chuva
TERESÓPOLIS - A cidade de Teresópolis, na Região Serrana fluminense, tem um dia de muito sol neste domingo de Páscoa, menos de 48 horas depois da forte chuva da noite de sexta-feira (6) e sai do estágio de atenção. O temporal causou a morte de cinco pessoas e deixou quase mil pessoas desalojadas. As equipes da Defesa Civil municipal estão percorrendo as ruas, fazendo o trabalho de avaliação de danos e de vistorias, o que pode resultar em novas interdições. A tarde, moradores do bairro Fonte Santa, um dos mais afetados pelas chuvas, fizeram manifestação na estrada Rio-Teresópolis. Segundo a CRT, concessionária que administra a via, o protesto fechou a estrada por algumas horas na altura do quilômetro 78. A empresa orientou os motoristas a irem por dentro da cidade e voltarem à rodovia no quilômetro 89, na Serra, para evitarem a manifestação.
O fornecimento de energia elétrica em Teresópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, foi normalizado na tarde deste domingo (8). O fornecimento havia sido prejudicado por queda de árvores e barreiras na rede elétrica em consequência do temporal que atingiu a cidade na última sexta-feria.Ainda de acordo com a Ampla, apenas algumas casas permanecem interditadas pela Defesa Civil e por isso continuam sem luz.
O secretário municipal de Defesa Civil de Teresópolis, Coronel Roberto Silva, admitiu neste domingo que houve um problema no acionamento de algumas sirenes das comunidades de risco de Teresópolis devido a falhas com o sinal do programa de modem 3G. O sistema de alarme é acionado por celular.
— A tempestade derrubou o sinal. Nós temos problemas sérios com o 3G na área atingida — disse o secretário.
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Segundo ele, as sirenes foram acionadas com certo atraso porque houve dificuldade de acompanhar o nível pluviométrico das chuvas. Silva também disse que homens da defesa civil estavam trabalhando nos locais e evitaram muitas mortes.
A informação foi confirmada pelo secretário nacional de Defesa Civil, coronel Humberto Viana, que admitiu que o sistema de alerta, na região serrana do estado do Rio, precisa ser melhorado.
- Não havia indicadores seguros do volume de água que iria cair. Quando a sirene tocou, o primeiro deslizamento estava ocorrendo - disse Viana à Agência Brasil.
Já o prefeito de Teresópolis, Arlei de Oliveira Rosa, disse que das 20 sirenes existentes, 14 foram acionadas. O prefeito acrescentou que já conversou com o governo do estado e que vai remover pessoas das áreas de risco dos bairros de Pimentel, Perpétuo, Rosário e Santa Cecília. Nesses locais seria instalado um parque ambiental para evitar que as pessoas retornassem ao local.
Família dá adeus para adolescente morta em deslizamento
Foi enterrada na manhã deste domingo o corpo da jovem Joyce Rosa de Araújo, de 16 anos. Ela morreu na noite de sexta-feira quando uma avalanche de terra caiu sobe ela no bairro Quinta Lebrão, em Teresópolis.
Segundo a tia da vítima, Neusa Rosa Ribeiro, estava chovendo muito e havia faltado luz. A jovem teria ido à casa da vizinha buscar uma vela e, quando voltava, acabou arrastada pelo deslizamento da encosta.
O pai da moça, Inácio Araújo, e a irmã Bruna Rosa de Araújo, de 14 anos, estavam dentro de casa no momento da fatalidade e não foram atingidos. A jovem morreu a caminho do hospital nos braços do pai.
Já teve alta do hospital o menino Caíque de Moraes, de 6 anos, que se encontrava numa das casas atingidas pelo deslizamento no bairro de Santa Cecília. O garoto ficou imprensado entre um armário e a geladeira e foi resgatado por vizinhos.
A mãe do rapaz não teve tanta sorte. O corpo de Rosângela Moraes de Oliveira, 41 anos, foi retirado dos escombros pelos bombeiros por volta das 4h de sábado. Outras três pessoas morreram nos deslizamentos que atingiram Teresópolis durante as chuvas de sexta.
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