quinta-feira, 28 de junho de 2012

ESSES ENVERGONHAM UMA CORPORAÇÃO INTEIRA.


Doze PMs da UPP da Mangueira são presos acusados de extorquir dinheiro de traficante

Segundo a coordenadoria das UPPs, familiares da suposta vítima acusam os agentes de terem apreendido droga e celulares em sua residência e exigido a quantia de R$ 3,5 mil para não levá-lo à delegacia

RIO - Doze policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Mangueira foram detidos nesta quarta-feira, acusados de extorquir dinheiro de um traficante da favela. De acordo com a coordenadoria das UPPs, parentes da suposta vítima acusam os PMs de terem apreendido droga e dois celulares dentro de casa e exigido R$ 3.500 para não levá-la à delegacia. O comandante da UPP, capitão Leonardo Nogueira, ao apurar a denúncia, identificou os policiais que estavam envolvidos na ocorrência e determinou que todos se apresentassem imediatamente à Delegacia de Polícia Judiciária Militar. A droga e os celulares ainda não foram encontrados.
Cinco PMs já foram reconhecidos pelos parentes do traficante e, para garantir a isenção da investigação, o comando da UPP resolveu afastar outros sete da mesma equipe. Os policiais estão presos administrativamente, por 72 horas, no 4º BPM (São Cristóvão). Afastados da UPP, eles vão ficar na Diretoria Geral de Pessoal (DGP).
Esse não foi o único caso de corrupção em que policiais de UPPs são acusados. No ano passado, PMs das unidades dos morros da Coroa, do Fallet e do Fogueteiro, em Santa Teresa, foram investigados sob a acusação de que recebiam em casa um “mensalão” do tráfico. Segundo o Serviço de Inteligência da PM, os pagamentos eram feitos pelo tráfico para que os PMs não reprimissem a venda de drogas na área. Os valores chegariam a R$ 70 mil mensais. As investigações foram feitas a partir de interceptações telefônicas do grupo suspeito. Nas escutas, um sargento, apontado como o articulador do pagamento da propina, apareceu em diversas conversas com o comandante e subcomandante da UPP, que foram afastados.
De manhã, antes da divulgação da prisão dos PMs da Mangueira, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, reconheceu que a UPP da Coroa, do Fallet e do Fogueteiro tem apresentado problemas. Há uma semana, por exemplo, uma menina foi baleada durante um tiroteio entre policiais da UPP e bandidos. A PM tentava cumprir um mandado de prisão contra um traficante. Na última segunda-feira, um adolescente de 15 anos morreu e outro, de 17, ficou ferido no Fogueteiro. Segundo a versão da ONG Rede Contra a Violência, policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) atiraram nos jovens, que tinham descido o morro para lanchar.
— A gente reconhece o problema que há no Fallet. Há áreas em que temos que fazer alguns ajustes. Um diagnóstico do Serviço de Inteligência está sendo feito e estamos levando mais 40 homens para (reforçar) lá — afirmou Beltrame.
O comandante da UPP do Fallet, Fogueteiro e Coroa, capitão Sérgio Stoll, informou que soube de uma operação de responsabilidade do Bope na comunidade, mas não poderia fornecer detalhes. O comandante do Bope, coronel René Alonso, confirmou que houve uma incursão no local. Mas alegou que, como estava fora do Estado do Rio, não teria como divulgar informações sobre o que aconteceu na noite de segunda-feira.
Em nota, a assessoria da PM informou que “a ocorrência do Bope no Morro do Fogueteiro foi registrada na 5 DP (Gomes Freire), que vai apurar todos os fatos, incluindo a conduta dos policiais e dos menores envolvidos”.


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